21/10/2015

Mesa Brasil

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Olhares renovados sobre a alimentação no Sesc Osasco

O medo do desconhecido é algo natural e sempre presente. Pior quando, além de desconhecido, o medo é gerado por histórias de ‘ouvi dizer que’, ou de dogmas e preconceitos de origens externas, os quais não vamos conhecer a fundo com os próprios olhos para realmente ter uma opinião própria. A visita organizada pelo programa Mesa Brasil do Sesc Osasco proporcionou esse olhar renovado e quebrou um pouquinho de um medo que paira em torno da cabeça de muita gente: como deve ser um assentamento da reforma agrária?

Assentamento1No dia 15 de outubro diversos representantes de instituições parceiras do Mesa Brasil foram até o assentamento PDS São Luiz, na cidade de Cajamar. Lá trabalham 28 famílias que ocupam cada uma um lote do terreno. Apesar do receio inicial gerado pelo desconhecimento de como é e como funciona um assentamento, enquanto trocavam histórias e conheciam o trabalho dos agricultores locais, os visitantes mudaram as expressões de apreensão para um sorriso e olhar curioso.

“De repente aqueles homens e mulheres que ali estavam criaram um brilho diferente no olhar, uma volta no tempo rodeado de lembranças da infância. A cada passo que dávamos no meio das plantações a euforia foi ficando ainda maior, vi naquele momento adultos se transformando em crianças, onde pareciam estar vendo terra, verduras, frutas e até riachos pela primeira vez.” comentou Carla Maran – Coordenadora do Programa Mesa Brasil no Sesc Osasco, que acompanhou toda a visita.

Chegando ao fim da visita, na troca de experiências todos aprenderam um pouco mais sobre os caminhos, origens e destinos do que os une: a alimentação.

E essa história teve continuação no dia seguinte, 16 de outubro – Dia Mundial da Alimentação, lá no Sesc Osasco. Os agricultores do assentamento foram convidados a venderem alguns de seus produtos em uma pequena feira de orgânicos na unidade, montada exclusivamente para esse dia. Tinha fruta, verdura, sucos, doces, pimentas e até uma “pomada milagrosa”, que segundo a Nadir e o João – agricultores de um dos lotes – serve principalmente para dores musculares. Tudo produzido artesanalmente por eles mesmos.

Assentamento3

E assim foram dois dias em que a grande homenageada foi mesmo a alimentação. Quando surgiram novos olhares para o trabalho executado nos assentamentos, e em que novas perspectivas, como a valorização da produção orgânica, se abrem para um desenvolvimento e consumo consciente dos alimentos.